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A Revolução Pernambucana

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

PANELAS SELETIVAS
















Em tempos de ódio, as panelas não serão minha arma. Porque, quando as pessoas protestam contra a reintegração de posse e os donos do poder jogam a polícia em cima dos manifestantes, agindo como segurança particular do grande empresário que não cuidou do seu patrimônio, NINGUÉM bate panela nas sacadas.

Quando as pessoas não são ouvidas pelo poder público, ao solicitarem a instalação de um semáforo naquele trecho da estrada onde todos os dias alguém da comunidade é atropelado, e para terem atenção, precisam queimar pneus no meio da pista, NINGUÉM bate panela nas coberturas.

Quando moradores de rua são mortos numa visível “limpeza social”, e a notícia é abafada e some num passe de mágica, NINGUÉM bate panela nos apartamentos.

Quando a mulher sofre com o número cada vez mais assustador de agressões e assassinatos e com a forte exclusão por preconceito, NINGUÉM bate panela nas janelas.

Quando o poder público, em parceria com empreiteiras, invade, destrói e desapropria lugares onde estavam pessoas esquecidas por ele próprio, NINGUÉM bate panela do conforto do seu lar em algum bairro rico.

Quando o negro sofre racismo, desde olhares e baculejos à agressões e imposições de seu lugar na sociedade, NINGUÉM (Lógico) bate panela nos condomínios de rico.

Quando a polícia e a imprensa tratam suspeitos de acordo com sua conta bancária, NINGUÉM bate panela nas mansões.

Em tempos de ódio, eu sei quem levanta a bandeira de lutas com convicção. E eu sei quem não aceita o rumo democrático de uma nação. Eu sei quem está se utilizando da liberdade da democracia para pedir a mordaça da ditadura.

Em tempos de ódio, eu sei de que lado estão os racistas, os fascistas, os homofóbicos, os machistas, os xenófobos seletivos, os coronéis do latifúndio, os reacionários, os amantes do nazismo, os defensores dos muros... Eu tenho lado! E NÃO é do lado deles. O oportunismo e os tempos de ódio não mudam pessoas. Elas simplesmente mostram quem são. Logicamente existem pessoas que são manipuladas a contribuir com o ódio. Mas se elas não forem assim, logo acordam e se afastam.

Em tempos de ódio, a escória se sente protegida e sai do subterrâneo. É assim que a KU KLUX KLAN faz filiais.

Mas nem tudo é fatalismo! Em tempos de ódio, eu olho ao meu redor e vejo que não estou sozinho. Vejo que minha posição não é só minha. Em tempos de ódio, eu identifico quem enfrenta racistas, fascistas, homofóbicos, machistas, xenófobos seletivos, coronéis do latifúndio, reacionários, amantes do nazismo, defensores dos muros...

Eu sei quem apimentou o verde e o amarelo com ódio. E eu sei quem (e porque) carrega o vermelho, não apenas nas vestes, mas no sangue. Aliás, eu também sei quem (e porque) insiste em querer mudar a cor do próprio sangue para azul, mesmo que só metaforicamente, mas para ser diferente (em atos de segregação).

Em tempos de ódio, eu sei quem tem bala na agulha e quem tem argumentos de verdade. Eu sei quem tem veneno e quem tem propriedade. Eu sei quem discute sem profundidade e quem discute indo buscar a raiz de tudo.

Eu sei quem me chama de radical e ao mesmo tempo não aceita meus argumentos.

Em tempos de ódio, eu sei por que uma única pessoa desperta a ira da escória, pelo simples fato de posicionar-se contra o ódio.

Em tempos de ódio, uma imagem vale muito mais do que todas as panelas do topo da pirâmide juntas.


Texto: André Agostinho
Foto: Luciano Marra

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O ÓDIO E O PRECONCEITO SEGUEM GANHANDO FORÇAS













“Médica vagabunda pobre”. Um dos termos usados contra a estudante de medicina Ana Luiza Lima, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por posicionar-se a favor do programa MAIS MÉDICOS. Percebeu? A questão não é o programa, nem o discurso do “trabalho escravo” ou “exploração” em cima dos médicos que vem de fora (sobretudo, lógico, os cubanos).


Em outra situação, a médica gaúcha Thatiane Santos da Silva ouviu da secretária de Saúde de Santa Helena (PR) Terezinha Madalena Bottega que seu cabelo (com dreadlocks) “exalava um cheiro forte” e que os pacientes estão acostumados com outro “padrão” de médico. Thatiane denunciou a posição racista da secretária, e completou dizendo:
“Foi uma atitude racista vergonhosa. E achei que fosse realmente necessário expô-la a toda a população."


Na primeira oportunidade de demonstrar o ódio e o preconceito, as pessoas “revoltadas”, não perdem tempo. O “cada um no seu quadrado” já não se aplica com tanta imposição e isso tem desencadeado intolerância com toda força. Como já citei em outra oportunidade, os reacionários possibilitaram que a escória saísse do subterrâneo e mostrasse a cara.

Também já dei minha opinião sobre a persuasão histórica do lado fútil e preconceituoso da burguesia em cima das pessoas que ela própria (a burguesia) detesta. As pessoas são alimentadas pelo ódio e reproduzem o que os reacionários querem que seja reproduzido.


Nunca é tarde para refletir: Observem o nível dos líderes desses tais movimentos “revoltados”. Percebam o que eles realmente querem. Como Ana Luiza disse em uma nota sobre o ocorrido:
“Fui atacada em minha página pessoal brutalmente por médicos e futuros médicos, além de outras pessoas. O machismo e a elite mostraram sua cara.”
Pensem! Olhem os fatos. O preconceito destrói, e muitos (as) que estão sendo levados (as) a ecoar essa onda de ódio, são vítimas no cotidiano e não percebem isso.


Eu poderia escrever muito mais e citar outros diversos exemplos. Mas pra quem realmente quer refletir e rever conceitos, estes já bastam. Porque a curiosidade é instigada a buscar outros exemplos de ódio e todo tipo de preconceito que está sendo reverberado a partir de uma guerra pelo poder, que dividiu (ainda mais) o país por pele, gênero, religiões, regiões e dinheiro.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Seja de burca ou de biquini



















Em novembro passado, a Organização Mundial de Saúde classificou como inadmissível os dados de violência contra a mulher. Uma em cada três mulheres no mundo já sofreu algum tipo de violência. Trazendo para a realidade brasileira, a violência segue preocupando. O número de denúncias aumentou, o que levanta a discussão sobre: O que aumentou mais? A violência ou a coragem para denunciar? Na relação vítima x agressor, foi identificado que mais de 80% das denúncias está nas relações afetivas; Pouco mais de 12%, nas relações familiares, cerca de 6%, nas relações externas e 0,26%, nas relações homoafetivas.

O número de municípios de onde partem as denúncias aumentou de 50% para 70% e o número de mulheres que denunciaram após a primeira agressão, cresceu20%. De 2005, ano em que foi criado o serviço 180, a 2013, o número de denúncias ultrapassou a marca de 3,6 milhões de ligações. Em 2013 especificamente, foram 532.711 registros. Os dados são avassaladores. Mas as denúncias estão cada vez mais em evidência. Em São Luiz (MA), por exemplo, são registrados 15 casos de violência contra mulher por dia.

No resultado nacional, pra quem utilizou o 180 no primeiro semestre de 2014, a frequência das agressões denunciadas aponta que pouco mais de 43% ocorreram todos os dias; cerca de 33%, algumas vezes na semana; quase 10% algumas vezes no decorrer do mês; quase 6%, uma vez; 7% em outras situações; Em quase 65% dos casos, os filhos presenciaram as agressões; em 78%, os filhos também sofreram agressões; em 94%, o autor foi o parceiro ou o ex, ou um familiar da vítima.

De 1980 a 2010, foram assassinadas mais de 92 mil mulheres no Brasil. De 2001 a 2011, mais de 60% das mulheres assassinadas no nosso país, eram negras.

Tudo ainda é muito embrionário, em se falando de proteção às mulheres. No mundo todo! E países diferentes ditam suas regras de preconceito: Mulheres que são mutiladas por serem proibidas de sentir prazer; Mulheres que não podem ter relacionamento após divórcio, por serem consideradas adúlteras; Mulheres que são moldadas e condicionadas a partir do mecanismo machista. Seja usando burca, seja usando biquíni.

As feridas seguem abertas, mas mesmo embrionários alguns avanços, como a Lei Maria da Penha, permitiram reflexos na intensidade de lutas e questionamentos. Vozes passaram a ecoar. Muitas mulheres começaram a criar coragem e a mirar na sua liberdade. Mas ainda há muitas brechas. A falta de profissionais competentes suficiente para a prevenção e o combate à violência contra a mulher, assim como a burocracia e lacunas existentes na Lei, influencia explicitamente no aumento de homicídios, sobretudo por motivos passionais.

Ainda existe uma distância entre a lei e seu cumprimento por parte até de autoridades em alguns (diversos) lugares, como a jornalista Fabiana Moraes relata em sua reportagem especial chamada AVE MARIA.

É preciso que se viva na prática, o que na teoria é um grande passo, como a Lei que torna crime de tortura, a violência contra a mulher:


E é MUITO importante que as denúncias sigam acontecendo. O número 180 é gratuito e tem salvado pessoas. As vezes, a vítima pede socorro e nós não percebemos.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

A LIBERDADE QUILOMBOLA E A PRISÃO DA CASA GRANDE






















Eu tenho um lado tribal quilombola que é a maior parte de mim. E isso me torna livre e prisioneiro ao mesmo tempo.

Livre, porque não me identifico com etiquetas. "esse garfo é pra comer comida x. Esse outro é pra comer comida y". Ou então: "Essa roupa é inadequada para recepção x. Sem terno e gravata, não entra na recepção y"...

E por aí vai. Meus sentimentos, meu sotaque, minha arte, minha forma de andar, de cumprimentar, de vestir-se, não tem padrões de casa grande. Tem liberdade quilombola.

E é exatamente isso que me torna, também, prisioneiro. A sociedade etiquetada é, da mesma forma, impositora. E me aponta a gravata, o terno, o garfo, o tom da voz... Impõe moderação no meu sotaque; Impõe valores diferentes à arte, rotulando algumas vertentes de CLÁSSICAS, para diferenciar de outras vertentes, que rotulam de POPULAR. A sociedade etiquetada quer impor valores diferentes e lugares diferentes à arte. Um muro.

Minha caminhada é perseguida pelas imposições segregadoras, maquiadas e colonizadoras da sociedade etiquetada.

É foda!

opa! foi mal! Esqueci da etiqueta! É fogo!...

Ah! que se foda! É foda mesmo!



André Agostinho/DIRETOdosMANGUEZAIS

A BURGUESIA E A SOCIEDADE SUICÍDA























Eu já perdi as contas de quantas vezes ouvi debates sobre Lampião. E já ouvi de muita gente, posições “raivosas” sobre o mais famoso líder do cangaço, com a afirmação de que ele foi o vilão daquela história. Estas mesmas pessoas muitas vezes não tinham opiniões formadas sobre os coronéis, que representavam a burguesia da época.

Algo parecido percebemos em relação a Antônio Conselheiro. Sobre ele, ficou a imagem de um homem maluco e fanático religioso. Muitas destas mesmas pessoas que assim pensam, não têm opinião formada sobre os algozes de Canudos, que representavam a burguesia da época.
Quando zumbi morreu, houve festa no centro do Recife. Moedas eram jogadas ao povo, e o povo festejava, comemorando a morte de um “malfeitor”. Eram atribuídos a Zumbi e ao Quilombo dos Palmares, todos os perigos e ameaças à sociedade. Ainda há quem questione a legitimidade da luta de Palmares. E muitos se esquivam em relação aos perseguidores dos Quilombos. Perseguidores que representavam a burguesia da época.

E tudo vem de muito longe. Jesus Cristo foi rechaçado pelo próprio povo, que o condenou e vibrou com sua crucificação, sem questionar os homens contrários às posições do filho de Deus. Homens esses, que representavam a burguesia da época.

Pois bem... Não quero fazer nenhuma comparação entre os personagens aqui citados. Suas épocas, suas convicções, suas lutas, foram pontuais em sua história. Mas há algo que podemos comparar sempre: A BURGUESIA! Ela está sempre no mesmo rumo. Só mudam os representantes. A burguesia só é burguesia, enquanto existe segregação. Ao menor sinal de reação das classes historicamente depredadas, ela (a burguesia) se preocupa. E tenta cortar o “mal”, seja pela raiz ou pelo tronco. E vai induzindo boa parte da PRÓPRIA CLASSE SEGREGADA a ajudá-los a frear as reações. A automutilação acontece com uma boa dose de incentivo ao ódio. Sempre foi assim. Não seria diferente agora.

O pilar da chamada “elite reacionária” é a persuasão. Um investimento sem tréguas, de lavagem cerebral, a fim de que o povo se transforme em kamikaze para o deleite da própria burguesia. Eles sabem que sempre conseguiram persuadir boa parte da sociedade, através da sua caixa de ressonância. E eles continuarão. Sempre.

É só lermos um pouco. Quantas expedições a burguesia enviou para derrubar Palmares? Quantas tentativas houve para derrubar Canudos? Quantos cercos fizeram para derrubarem Lampião?
Rebusque! Leia! Os personagens do nosso lado são diversos. A burguesia atacou todos. O discurso de ódio vai aumentar.

Mesmo que para isso, eles intensifiquem desejos de golpes, fazendo com que esse mesmo golpe seja defendido pelas mesmas pessoas que serão torturadas e mortas por ele.

O alento é que por mais que a burguesia derrube um sonho, outros sonhos são erguidos. E cada vez mais fortificados. Por isso, ela (a burguesia) tende a aumentar a dosagem de ódio no seio da sociedade. Eles só defendem a democracia, se a democracia for fascista.


André Agostinho/DIRETOdosMANGUEZAIS

domingo, 19 de julho de 2015

CHICO E O ÓDIO
















Vamos falar de ódio? Já começo dizendo, ou melhor, afirmando que tem muita gente hoje, dentro das imposições do senso comum, que está se revoltando com Chico Science. Sim! Chico Science! É só ouvirmos “MONÓLOGO AO PÉ DO OUVIDO”:

“Viva Zapata! Viva Sandino! Viva Zumbi!
Antônio Conselheiro! Todos os Panteras Negras!
Lampião, sua imagem e semelhança!"

Aí a pessoa do senso comum, que antes era louca por Chico, agora diz: “Só fala de arruaceiros!” “Sai daí, comunista!” “Vai embora, Ptralha!”
E quando escutam “BANDITISMO POR UMA QUESTÃO DE CLASSE”, vão querer desenterrar Francisco e jogar seus ossos em praça pública.

“(...)Acontece hoje
Acontecia no Sertão
Quando um bando de macaco
Perseguia Lampião(...)”
“(...)E quem era inocente
Hoje já virou bandido
Pra poder comer um pedaço de pão
Todo fudido(...)”

Os revoltados vão dizer: “Vão pegar o bolsa-família, bando de desocupados!” “Leva eles pra tua casa!”
E quando ouvirem “DA LAMA AO CAOS”? Vão surtar!

“(...)Ô Josué nunca vi tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem
Mais urubu ameaça(...)”

Eles vão dizer que Chico apelou: “Pô! Josué de Castro? Basta de Josué!!!”
Bom... Não vou ficar surpreso. Até porque eles disseram: “Basta de Paulo Freire!”
Isso me fez lembrar-se de um cidadão que me disse outro dia, que “só foi preso, perseguido ou morto pela ditadura, quem era marginal ou maloqueiro”.
Sim! Voltemos a Chico! O pessoal do senso comum, quando ouvir “A CIDADE”, vai se revoltar de vez:

“(...)E a situação
Sempre mais ou menos
Sempre uns com mais
E outros com menos(...)”

“P... Chico!!! Que decepção! Essas críticas é coisa de comunista! É melhor cantarolar:
‘(...) e poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar.”

E quando ouvirem “CORPO DE LAMA”?

“Deixai que os fatos 
Sejam fatos naturalmente
Sem que sejam forjados para acontecer(...)”

Vão dizer: “Preparem as panelas! Vamos compartilhar nas redes sociais que quando isso tocar devemos fazer panelaço pra que ninguém escute!”
Pensa que acabou? Eles ainda hão de ouvir “ETNIA”:

“Somos todos juntos uma miscigenação
E não podemos fugir da nossa Etnia”

Eles vão ter um colapso nervoso. Vão se jogar no chão. Pegarão aquele disco de Chico, e antes de jogarem fora, gritarão: “Se tua alma pode me ouvir, eu te peço: VAI PRA CUBA!”
O ódio, assim como o medo, é ferramenta do sistema. Assim caminha a humanidade.

André Agostinho/DIRETOdosMANGUEZAIS

quarta-feira, 8 de julho de 2015

25º FESTIVAL DE INVERNO DE GARANHUNS - PROGRAMAÇÃO DE SHOWS











Para a programação completa, clique na imagem











25º FESTIVAL DE INVERNO DE GARANHUNS - 2015
Programação de Difusão Cultural

SHOWS

Quinta-feira, 16/7

Abertura Oficial
19h – Show Porcelana – Alaíde Costa e Gonzaga Leal
Local: Teatro Luiz Souto Dourado

Palco Mestre Dominguinhos
21h – Kiara Ribeiro
22h – Renata Rosa
23h – Isaar e Voz Nagô
0h30 – Ana Carolina

Sexta-feira, 17/7
Palco Mestre Dominguinhos
21h – Leo e Banda
22h – Ska Maria Pastora
23h10 – Fafá de Belém com participação de Manoel e Felipe Cordeiro
0h30 – Banda Calypso

Sábado, 18/7
Palco Mestre Dominguinhos
22h – Hercinho e os Cabras do Mato
23h10 – Eddie
0h – Orquestra Contemporânea de Olinda
1h30 – Lenine

Palco Pop
18h – Martzabel
19h10- Graxa
20h20- The Baggios
21h30 – Ave Sangria

Palco Instrumental
18h – Lulinha Trumpet
19h – João Paulo Albertim
20h – Leo Gandelman

Palco de Cultura Popular
10h – Reisado “Os 3 Reis do Oriente”
11h – GRE Garanhuns
12h – Grupo de Xaxado Cabras de Lampião
13h – Grupo de Bacamarteiros Rei do Cangaço
14h – Maracatu de Baque Solto Leão Vencedor de Carpina
15h – Pastoril Giselly Andrade
16h – As Netas de Selma do Coco
17h – Nação do Maracatu Aurora Africana
18h – Mestra Ana Lúcia e Raízes do Coco

Palco Forró
0h – Banda Quero Xote
1h – Edmilson do Pífano
2h – Savinho do Acordeon

Domingo, 19/7
Palco Mestre Dominguinhos
21h – Orquestra Popular da Bomba do Hemetério
22h – Lucas e Orquestra dos Prazeres
23h10 – Mundo Livre S/A
0h30 – Pitty

Palco Pop
18h – Banda Marsa
19h10 – Radiola Serra Alta
20h20 – Isadora Melo
21h30 – A Matinada

Palco Instrumental
18h – Street Jazz Band
19h – Pernambuco Sonoro – Henrique Annes, Beto Hortis e Marcos César
20h – Rivotrill

Palco de Cultura Popular
9h – Reisado Garanhuns Cultural
10h – GRE Garanhuns
12h – Batutas de Água Fria
13h – Maracatu estrela de Ouro de Aliança
13h às 17h – Projeto Roda de Sanfona (Mestre Dominguinhos)
--------Sanfoneiro Clóves (Trio Asa Branca); José Pedro (Forró Pesado); Valmiro Sobral (Forró Fenix), Zuza (Pé Quente); Ivan Maceió; Zé Mago; Cícero Basílio/Correntes; Bezerra da Gaita; Bil do Acordeon; Tuxinha; Renato do Acordeon; Marcos Cabral; Genivaldo Albuquerque/Brejão; Basto Peroba/Bom Conselho; Trio Pisa na Fulô; Nando Azevedo; Forró do Matuto/Belo Jardim; O Bom Kixote; Michelly dos Anjos; Dema do Forró; Bill do Forró; Bebeto Oliveira/Esquenta Coração; Forró Fogo de Menina; Canarinho e Beija-Flor; Os Brilhantes da Vaquejada; Lucas do Acordeon (Banda Mirim Zé do Estado/Caruaru); Eder e alunos da Escola de Sanfona Mestre Dominguinhos/ Garanhuns; Crianças da Escola de Sanfona Lula Sanfoneiro/Sertânia.-----------              
18h – Benedito da Macuca

Palco Forró
0h – Bebeto Oliveira e Forró Esquenta Coração
1h – Sandra Belê
2h – Roberto do Acordeon

Segunda-feira, 20/7
Palco Mestre Dominguinhos
21h – Neander
22h – Devotos
23h30 – Racionais MC’s

Palco de Cultura Popular
10h – Reisado Santíssimo Redentor
11h – GRE Garanhuns
13h – Troça Carnavalesca Mista o Bagaço é Meu
14h – Afoxé Omin Sabá
15h – Clube de Bonecos Morena Tropicana
16h – Boi Faceiro
17h – Troça Carnavalesca Mista Os Ciganos
18h – Bloco Compositores e Foliões

Terça-feira, 21/7
Palco Mestre Dominguinhos
21h – Leonardo Sullivan
22h – Agnaldo Timóteo
23h30 – Joanna

Palco de Cultura Popular
10h – Reisado Mestre João Tibúrcio
11h – GRE Garanhuns
13h – Afoxé Alafin Oyó
14h – Troça Carnavalesca Mista Papangus Gigantes
15h – Clube de Bonecos Seu Malaquias
17h – Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu
18h – O Véio Mangaba e Trio

Palco Mamulengos e Pontos de Cultura
Local: Parque Euclides Dourado
16h – Família Los Iranzi (Mamulengo Estrela do Norte do Mestre Baby Guedes)
17h – Mamulengo Mulato
17h30 – Dupla de Violeiros (Ponto de Cultura Qualificação e Desenvolvimento na Cultura)

Quarta-feira, 22/7
Palco Mestre Dominguinhos
21h – Forró Pesado
22h – Herbert Lucena
23h10 – Quinteto Violado
0h30 – Flávio José

Palco de Cultura Popular
10h – Valdir Marino – O Brincante do Pé de Serra
11h – GRE Garanhuns
12h – Caboclinho Sete Flexas
13h – Canarinhos do Forró
14h – Coco dos Pretos
15h – Trupe Lírico Musical Um Bloco em Poesia
16h – Maracatu Nação Estrela Brilhante do Recife
17h – Dominguinhos do Luar ao Sertão
18h – Mestre Luiz Paixão (A arte da rabeca)

Palco Mamulengos e Pontos de Cultura
Local: Parque Euclides Dourado
16h – Mamulengo Riso do Povo (Zé Divina)
17h – Mamulengo Nova Geração de Carpina
17h30 – Mestres do Coco (Ponto de Cultura Farol da Vila)
18h  – Mamulengando Alegria

Quinta-feira, 23/7
Palco Mestre Dominguinhos
21h – Alexandre Revoredo
22h – DJ Dolores: Banda Sonora
23h10 – A Cor do Som
0h30 – Davi Moraes e Moraes Moreira

Palco Pop
18h – Publius
19h10 – Rua
20h20 – Jam da Silva
21h30 – Maciel Salu

Palco Instrumental
18h – Nildo Bass Duo
19h – Saracotia
20 – A Trombonada

Palco de Cultura Popular
11h – Reisado Unidos Com Alegria
12h – GRE Garanhuns
14h – Clube Indígena Canindé
15h – Cavalo Marinho Estrela de Ouro
16h – Caboclinho União 7 Flexas
18h – Coco de Mulheres

Palco Forró
11h40 – Forró Sensação
0h – Ivan Maceió
1h – Luizinho Calixto
2h – Terezinha do Acordeon

Palco Mamulengos e Pontos de Cultura
Local: Parque Euclides Dourado
16h – Mamulengo Nova Geração de Glória de Goitá
17h30 – Maracatu de Baque solto (Ponto de Cultura Engenho dos Maracatus)

Sexta-feira, 24/7
Palco Dominguinhos
22h – Adiel Luna
23h10 – Belo Xis e Wellington do Pandeiro
0h – Mariene de Castro
1h30 – Bendito Samba: Mariana Aydar, Zezé Mota, Karynna Spinelli, Rita Benneditto e Roberta Nistra

Palco Pop
18h – Millena Raimer
19h10 – Coutto Orchestra
20h20 – Silvério Pessoa
21h30 – Tiê

Palco Instrumental
18h – Estação Brasil
19h – Mário Moita
20h – Luciano Magno
21h – Maestro Duda e Quinteto de Metais

Palco de Cultura Popular
10h – Mamulengo Teatro do Riso (Zé Lopes)
14h – Afoxé Oyá Tokolé Owô
15h – Maracatu de Baque Solto Leão da Fortaleza
16h – Maracatu Raízes de Pai Adão
17h – Mestre Seu Zeca do Rolete

Palco Forró
11h40 – Muniz do Arrasta Pé
0h – Os Coroas do Forró
1h – Joquinha Gonzaga
2h – Nordestinos do Forró

Palco Mamulengos e Pontos de Cultura
Local: Parque Euclides Dourado
16h – Mamulengo Jurubeba
17h – Mamulengo Teatro do Riso (Zé Lopes)
17h30 – Boi do Ponto de Cultura Boi Tira Teima

Sábado, 25/7
Palco Mestre Dominguinhos
22h – Andrea Amorim
23h10 – Bonsucesso Samba Clube
0h – Mombojó
1h30 – Capital Inicial

Palco Pop
18h – Gold Hits
19h10 – Joanatan Richard
20h20 – Wado
21h30 – Johnny Hooker

Palco Instrumental
18h – Cláudio Lins
19h – Projeto 3D – Jehovah da Gaita, Renato Bandeira e Bráulio Araújo
20h – Frevotron – DJ Dolores, Maestro Spok e Yuri Queiroga

Palco de Cultura Popular
11h – Grupo Nossa Arte – APAE/Garanhuns
12h – Caboclinho Oxossi Pena Branca
13h – Bloco Carnavalesco Misto Pierrot de São José
14h – Maracatu Leão Coroado/Os Afonsos
15h – Maracatu Leão Formoso de Tracunhaém
16h – Clube de Alegorias e Críticas O Homem da Meia Noite
18h – Lia de Itamaracá

Palco Forró
0h – Antônio Lira
1h – Ronaldo César

2h – Assisão

quinta-feira, 2 de abril de 2015

A culpa é desse amor que a gente tem por Pernambuco























Tá... Tudo bem...

Sou meio "megalomaníacamente" apaixonado por esse chão e sua arte...
Por isso a passista de frevo está lá em cima, no planeta da gravura...
Mas esse amor já vem nos poros. É só a gente conhecer um pouquinho da nossa história, que o sentimento é provocado.

Cícero Dias disse:
"Eu vi o mundo. E ele começava no Recife!"
O artista não se conteve e fez um belíssimo painel que tem como nome essa mesma frase.

Tá vendo? Vem nos poros.

Chico Science disse:
"Entreguei a Recife minha emoção e a Pernambuco meu amor!"
Compreende agora? É uma entrega. é uma magia que não tem como explicar de onde vem?

Aí me vem Gonzaga, e fala:
"Até pra nascer tive sorte, pois nasci em Pernambuco, o famoso Leão do Norte!"
E quem sou eu pra dizer que o rei do Baião está precipitado? Pelo contrário. Ele tem propriedade pra isso. Ganhou o mundo. Se apaixonou por cada pedaço desse País. e mesmo assim, sofria de saudade do seu torrão.

E Clóvis Mamede? Inspirou-se pra falar de Pernambuco, e soltou um desabafo:
"Sonhei que estava em Pernambuco. Fiquei maluco quando o frevo passou. Mas, quando estava no melhor da festa, ora esta, alguém me despertou"

Enfim...
Esse amor domina.
A dor da distância também.
E esse chão acaba indo com a gente por onde quer que a gente vá.


André Agostinho/DIRETOdosMANGUEZAIS

quinta-feira, 12 de março de 2015

O PASSADO QUE NÃO FOI EMBORA















Sinceramente... A luta é maior do que se imagina.

Como pode alguém incluir uma série de equívocos numa só frase? Bom... A pessoa que escreveu isso aí conseguiu. Não me refiro a ela ser a favor ou contra cotas. É uma opinião dela. Respeito, embora ache algumas justificativas, verdadeiras aberrações, como a frase feita que diz: “Isso é preconceito ao contrário”. Santa estupidez né?!

Mas voltemos à frase!

Eu li e me perguntei: “Como assim ‘passagem de volta pra África’”? Talvez ela não saiba (Por isso escreveu tanta besteira numa frase só) que negros e crioulos (africanos e brasileiros) não precisaram estar em solo africano para serem escravizados. Foi em solo brasileiro mesmo. Eu não precisaria “voltar”. Já piso todos os dias onde pessoas foram (e são) escravizadas, estupradas, excluídas e chicoteadas rotineiramente.

Aí me perguntei de novo: “Como assim ‘passado que nem viveram’”? Eu vivo isso todos os dias. Eu sou açoitado todos os dias. Sou excluído todos os dias. Escuto piadas todos os dias. Sou colocado à margem da sociedade todos os dias. Sou reflexo de uma abolição onde as pessoas que se tornaram livres foram obrigadas a pedir para voltar para as terras onde foram violentadas de todas as formas, porque a abolição chegou amputada. Jogaram os ex-escravizados nas ruas, disseram: “Te vira” e ainda pediram indenização, quando o correto seria o contrário.

Eu sou a parte da sociedade que ao longo destes quase 130 anos de “abolição”, foi levada a buscar primeiro, a informalidade ou o emprego onde se paga miséria e é preciso engolir, pela falta (imposta) de perspectiva. Fui condicionado a outro tipo de escravidão e imposições ao longo da história desse país. E isso não é um discurso de “coitadinho”. É um fato.

Será que a mocinha da frase conseguiria me informar os motivos do preconceito e do racismo contra negros? Basta que ela explique o porque essa segregação no Brasil. Eu vivo SIM, a época das correntes e dos troncos. E não é porque escolhi. Eu vivo isso porque os senhores de engenho continuam chicoteando. E a mocinha (que bem notamos traços diferentes do que ela afirma ser no pouco que conseguimos enxergar por trás do papel onde está a frase absurda) demonstra total ausência de essência e de conhecimento sobre o que se vive no Brasil.

Não apenas pelo passado que ela acha que não alcançamos. Mas pelo presente que é o reflexo de um país onde um dos maiores matadores de negros da nossa triste história (Duque de Caxias), é visto como herói da sociedade. Patrono da Nação. Mas a mocinha talvez nem saiba quem foi José do Patrocínio. Talvez não tenha ouvido falar de Carolina Maria de Jesus... Ou Auta de Souza... Ou Joaquim Nabuco... Ou José Mariano...
 
Cito pessoas que, independente da pigmentação na pele, lutaram. Seja pela liberdade de pessoas escravizadas. Seja pela autoafirmação. Cada um no seu momento. E hoje essa luta continua. E não podemos sequer cochilar, senão os flagelos aumentam. De cada 3 pessoas que são assassinadas nesse país, duas são negras. E a mocinha vem dizer que não vivemos a história da escravidão?

Vivemos num país onde o ex-presidente Fernando Henrique Cardozo, ao citar seu lado “afro” disse “eu também tenho um pé na cozinha”. Em poucas palavras ele demonstra onde, na visão dele, é o lugar do negro e da negra na sociedade. Isso não é teoria da conspiração nem neurose. Até porque nem foi dito por mim. E a mocinha vem dizer que não vivemos a escravidão?

Lembro agora do que se falava de Machado de Assis. Pela sua qualidade, era chamado pela burguesia de “negro de alma branca”. Aí pergunto de novo: A mocinha vem me dizer que não vivemos a escravidão?
Talvez ela se ache uma negra de alma branca... E nesse caso, confesso que, em parte, concordo com ela. A alma branca dela, é a alma dos brancos que segregaram e segregam.

Nunca vou baixar a cabeça para os muros que são erguidos na nossa frente. Até porque as pessoas escravizadas não desistiram um só minuto de sua liberdade. Comigo não seria diferente. Porque continuamos vivendo no calabouço. 


André Agostinho/DIRETOdosMANGUEZAIS

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/03/a-necessidade-das-cotas-raciais-num-pais-como-o-brasil.html

sábado, 24 de janeiro de 2015

FREVOS NOS NEURÔNIOS


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Mais de 350 músicas... Mais de 1 GB... E mais de 18h de... FREVO!
É isso mesmo!
Mais de 350 frevos que escolhemos do nosso próprio repertório de programação pra você fazer sua folia. É só clicar no link, baixar, preparar a festa e frevar à vontade!
FREVO-CANÇÃO, FREVO DE BLOCO, FREVO DE RUA E FREVO RURAL.
Frevo nos Neurônios!
Uma ponte entre a ponta do pé e o calcanhar. EVOÉ!

É SÓ CLICAR NA IMAGEM ACIMA!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

CAMAROTES X ESSÊNCIA






















É revoltante o que se faz em Pernambuco, com nossa história. O Marco Zero será invadido, em pleno carnaval, por um camarote que tem como programação musical, o que já se faz o ano todo.

O ano todo, nossa cultura é ceifada. O ano todo, nossa história é esquecida e renegada. E justo no carnaval, onde a cultura é protagonista e tem sua culminância, os que renegam e segregam, chegam com um discurso hipócrita, que diz: “Tem espaço pra todo mundo”. Isso é covardia e hipocrisia.

E o poder público, que sempre dificulta atividades culturais, dá sua benção para tal futilidade. Aliás, assim como está depredando os patrimônios materiais, começam a depredar os patrimônios imateriais.

E não ficarei surpreso se eles fizerem igual aos covardes de Olinda, que querem diminuir as vias de cortejos das agremiações do carnaval no sítio histórico, para dar possibilidades ao fluxo para os camarotes estupradores da cultura nas ladeiras da cidade-patrimônio.

Eles enchem fotos nos outdoors pelos estados afora. Até em outros países. E lá, estampam passistas, maracatus, La ursas... E são exatamente os pilares dos nossos festejos, que eles colocam nas propagandas, que são prejudicados pela segregação e futilização que querem impor ao nosso carnaval.

Já não basta a mídia? Que nos empurra o que de pior existe na música o ano todo? E agora, em um dos poucos momentos em que podemos existir como verdadeiros, somos obrigados a ter de aceitar uma invasão plastificada e danosa no nosso carnaval?

É um total desrespeito a nossa história. Falta de vergonha.

Querem fazer um camarote com o que se faz o ano todo? Faz longe dos polos. Porque quem vai pra lá, nem de carnaval gosta. Então porque o desaforo?
Fica aqui nosso repúdio, nossa indignação e nossa posição totalmente e radicalmente CONTRA essa aberração que querem impor a um patrimônio do povo.

Nosso patrimônio, que tem essência e cheiro de história, está, aos poucos, sendo invadido pelo odor da podridão dos fúteis, segregadores e estupradores da cultura.


André Agostinho / DIRETOdosMANGUEZAIS

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

NATAL E CURIOSIDADES


















DATA

Desde o ano 353, o Natal é celebrado no dia 25 de dezembro, embora não haja na Bíblia, nenhuma referência ao seu dia exato. Segundo alguns historiadores e pesquisadores, a igreja escolheu o25 de dezembro, como forma de “cristianizar” as festas pagãs que eram conhecidas como Saturnais. Elas ocorriam entre 17 e 24 de dezembro e antecediam a festa ao deus Janus (de onde, aliás, vem a origem do nome do mês de janeiro).
Até 353, o Natal era celebrado em diferentes dias,conforme a particularidade de cada país. No Egito e na Grécia, por exemplo, comemorava-se no dia 6 de janeiro. Em outros lugares, entre 25 de março e 20de abril.


PRESÉPIO

Acredita-se que o primeiro presépio foi feito no século 8, na igreja Santa Maria Maggiore, em Roma, onde o próprio Papa rezava a missa de Natal. A tradição, porém, ganhou popularidade depois que, em 1223, São Francisco de Assis montou o primeiro presépio vivo que se tem notícia. Para relembrar o ambiente humilde em que Jesus nasceu, usou um boi e um asno de verdade, uma manjedoura cheia de feno e alguns camponeses e pastores pobres de Assis, na Itália.


MISSA DO GALO

Entre as várias versões sobre a Missa do Galo, tem uma que diz que São Francisco de Assis deu início à tradição. Ele só permitia que seu presépio vivo fosse visto à Meia-Noite do dia24 de dezembro, hora que representa o nascimento de Jesus. Depois rezava uma missa. Como é comum os galos cantarem nas primeiras horas da madrugada, o povo teria dado o nome de Missa do Galo à celebração.


ÁRVORE

Não se sabe ao certo, quando a primeira árvore foi enfeitada.  Mas uma das versões relata que o costume teve início na Alemanha, em 1525, quando Martinho Lutero, ao passear por uma floresta à noite e ver estrelas brilhando, teve a ideia de montar em sua casa, uma árvore com velas, para mostrar às crianças como seria o céu no nascimento de Cristo.
Além disso, a árvore tem forte significado simbólico. Representa a figura viva de Cristo, pois o pinheiro se mantém verde até no inverno. A ideia de colocar uma grande árvore iluminada em local público, surgiu em 1912, nos EUA.


PAPAI NOEL

A origem do Papai Noel está relacionada ao Bispo Nicolau, que viveu no século 4, na cidade de Myra, atual Turquia. De bom coração, ele costumava ajudar com moedas de ouro as pessoas com dificuldade. Depois de morto foi declarado santo,a quem eram atribuídos muitos milagres. Sua transformação em símbolo de Natal se deu na Alemanha.
Já na metade do século 19, a imagem do personagem de barba comprida e roupas vermelhas, que anda em um trenó puxado por renas voadoras, ganhou o mundo, numa jogada de marketing de uma grande empresa. E consolidou-se te os dias atuais.


PRESENTES E CARTÕES

A troca de presentes na noite de Natal relembra o ouro, o incenso e a mirra, presentes levados a Jesus pelos  “Sábios do Oriente”, como diz a Bíblia. Só no Século 5, eles seriam chamados de Reis Magos e ganhariam nomes populares – Gaspar, Baltazar e Belquior.

Em tempo: Mirra é um tipo de resina vegetal aromatizada, que também servia para embalsamar corpos.

O hábito de enviar cartões teve início na metade do século 19, na Inglaterra, quando Sir Henry Cole concluiu que escrever cartas demorava demais. Ele pediu então a um amigo que desenhasse um cartão que foi feito representando uma família que bebe à saúde de um amigo ausente. A ideia virou moda.


sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

MARATONA DE FREVO





















No dia 5 de dezembro de 2012, o FREVO era reconhecido e declarado pela UNESCO, PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE.
E para lembrarmos de forma temática, o portal DIRETOdosMANGUEZAIS faz um verdadeiro arrastão. Será o fim de semana inteiro com MARATONA DE FREVO. 5, 6 e 7 de dezembro, das 8:00 à Meia-Noite (HORÁRIO DE PERNAMBUCO). Acesse o portal. E deixe o Frevo por nossa conta!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

PATRIMÔNIOS E RETRATAÇÃO







A época de culminância dos festejos do CAVALO-MARINHO é o fim do ano, que se entrelaça com o ciclo natalino. O Cavalo-Marinho une dança, teatro e música. Movimenta comunidades e tem papel fundamental na vivência e convivência entre pessoas, a partir de suas atividades. No entanto, o poder público segue suas ornamentações natalinas, com gorros de Papai Noel, quando deveria incluir na sua programação, a importância do referido brinquedo popular.
Alguns Maracatus de Baque Virado foram fundados ainda no período da escravidão. Ainda quando a sua arte era proibida. Seguiram com cortejos e rituais de coroação e, com o tempo, intensificaram sua ligação religiosa, modificando seus líderes, que deixaram de ser os reis e as rainhas “convencionais”, para serem Babalorixás e Ialorixás. Os maracatus superaram dificuldades e ganharam fôlego, chegando vivo aos dias atuais, apesar de histórica perseguição, inclusive do poder público em períodos diferentes.
Os Maracatus de Baque Solto também tem forte ligação com suas comunidades, sobretudo em engenhos e distritos isolados e muitas vezes esquecidos. Pessoas que vivem no limite da sobrevivência, injustiçadas e exploradas ao longo do cotidiano, vestem-se com o colorido dos mais diversos personagens do folguedo, brincando no carnaval e esquecendo um pouco das dores sociais. Mas o carnaval é culminância. As sambadas são o vínculo entre a arte e as pessoas, com suas loas, danças e sons característicos. O mesmo que há bem pouco tempo foi perseguido pelo poder público, que enviou a polícia para acabar com vários sambas de sambadores e sambadoras, sobretudo na Zona da Mata pernambucana, como se o as loas, as danças e os sons característicos fossem um crime.
Nossos PARABÉNS a estas três manifestações, que giram em torno de muita luta. O que todas as pessoas envolvidas passaram e vão continuar passando, para manter a chama acesa. O título de PATRIMÔNIO IMATERIAL DO BRASIL foi, no mínimo, uma retratação. Um pedido de desculpas por tantas perseguições. Tantos descasos. Estas manifestações já eram Patrimônio para quem participa intimamente de suas andanças. Mas com o título “oficial”, não há de precisar (pelo menos na teoria) mendigar respeito.


André Agostinho/DIRETOdosMANGUEZAIS - http://www.diretodosmanguezais.com

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

A IGREJA DOS MARTÍRIOS E A HISTÓRICA DESTRUIÇÃO DOS PATRIMÔNIOS























A IGREJA DOS MARTÍRIOS tem uma história que se entrelaça com um crime ao patrimônio. Situada no centro do Recife, esta igreja foi construída por negros e crioulos(*), e, segundo pesquisadores, o lugar mantinha uma atividade secreta, onde aconteciam estratégias em defesa da abolição. Entre as estratégias estava a arrecadação de fundos por intermédio das Juntas de Alforrias que ajudavam os negros em sua luta pela libertação.
Sua construção foi iniciada em 1791, sendo concluída em 1796. Sua fachada principal era em estilo rococó (última fase do barroco).
Foi a partir de sua construção, que a procissão do Senhor Bom Jesus dos Martírios se consolidou e, por cerca de cem anos, era a primeira a sair pelas ruas do Recife, marcando o início da quaresma.

A partir do início da década de 1940,começaram os planos do poder público, de revitalizar o centro do Recife, com projetos que envolviam a construção da Av Dantas Barreto, para, segundo os donos do poder, dar caminho ao progresso.
A proposta original da avenida, de Ulhôa Cintra, foi aprovada em 1943 e gerou fortes e longas discussões a favor e contra a sua construção. Já no final da década de 1940, anos seguintes e, na prática mais intensa, nas décadas de 1960 e 1970, período das duas gestões do prefeito Augusto Lucena, o Bairro de São José começou a sentir o peso da arrogância e do descaso com sua história.
Foram destruídas mais de 400 casas, 11 ruas (como a Rua Augusta, rua Santa Teresa e rua do Alecrim, além de destruir parcialmente o Pátio do Carmo. No meio de todas as devastações, houve demolições no Bairro de Santo Antônio e a histórica e bela Igreja do Senhor Bom Jesus dos Martírios, ou IGREJA DOS MARTÍRIOS, como mais conhecida.
Um detalhe é importante ser lembrado: No projeto inicial da avenida Dantas Barreto, o local que seria destruído, era o Pátio de São Pedro. No entanto, a igreja de São Pedro já era um Patrimônio tombado. Na modificação, a vítima passou a ser a Igreja dos Martírios, que não era tombada. Na época, já existia no Recife, o 1º Distrito do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN, depois DPHAN e, hoje, IPHAN), que se colocou contra a destruição do local.
O DPHAN propôs alternativas para evitar que a construção a avenida destruísse a igreja e outros patrimônios. Inclusive o local entrou em processo de tombamento, atendendo a solicitação da Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Martírios, que recorreu ao Conselho Estadual de Cultura, e o IPHAN providenciou o tombamento, conseguido em 23 de junho de 1971, o que irritou o prefeito Augusto Lucena,que, ao voltar ao cargo na década de 1970, tendo o auge da Ditadura Militar como seu aliado, solicitou o CANCELAMENTO DO TOMBAMENTO do prédio, alegando falta de segurança e desuso. O prefeito ameaçou até lançar mão do apoio legal que o poder municipal tinha de destruir edificações que ameaçassem a integridade da população, caso a igreja se mantivesse de pé.
A prefeitura teve forte oposição quanto ao assunto, mas ganhou apoio sombrio de alguns historiadores, além de mais da metade da bancada de vereadores da Câmara Municipal, da maioria dos deputados estaduais, de alguns deputados federais, entidades de classe patronal e empresarial, dos membros do Conselho Municipal de Cultura e de algumas entidades civis e religiosas, inclusive (pasmem) da Arquidiocese.
Como era de se esperar, o então presidente Emílio Garrastazu Médici, assim como o Ministro da Educação Jarbas Passarinho, apoiou o prefeito Augusto Lucena, assinando, em 11 de abril de 1972, o Decreto 70.389, que autorizava o cancelamento do tombamento da Igreja dos Martírios.
A partir daquela manobra, não havia mais o que fazer. Na manhã de 23 de janeiro de 1973, a Igreja dos Martírios foi derrubada. Em setembro do mesmo ano, a Avenida Dantas Barreto foi inaugurada.
O que restou da igreja (como sino e portas) pode ser visto em exposição permanente no Museu da Cidade do Recife.
Com os rumos de destruição do Patrimônio, em defesa do que o poder público define como “reformas urbanas” Recife perdeu três igrejas: Igreja do Corpo Santo (1913); Igreja de Nossa Senhora do Paraíso (1944); E Igreja dos Martírios (1973).


Foto da publicação: Alcir Lacerda


(*)No período de colônia e escravidão no país, negros eram os que chegavam da África. E crioulos eram os negros que nasciam no Brasil.