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A Revolução Pernambucana

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

CAMAROTES X ESSÊNCIA






















É revoltante o que se faz em Pernambuco, com nossa história. O Marco Zero será invadido, em pleno carnaval, por um camarote que tem como programação musical, o que já se faz o ano todo.

O ano todo, nossa cultura é ceifada. O ano todo, nossa história é esquecida e renegada. E justo no carnaval, onde a cultura é protagonista e tem sua culminância, os que renegam e segregam, chegam com um discurso hipócrita, que diz: “Tem espaço pra todo mundo”. Isso é covardia e hipocrisia.

E o poder público, que sempre dificulta atividades culturais, dá sua benção para tal futilidade. Aliás, assim como está depredando os patrimônios materiais, começam a depredar os patrimônios imateriais.

E não ficarei surpreso se eles fizerem igual aos covardes de Olinda, que querem diminuir as vias de cortejos das agremiações do carnaval no sítio histórico, para dar possibilidades ao fluxo para os camarotes estupradores da cultura nas ladeiras da cidade-patrimônio.

Eles enchem fotos nos outdoors pelos estados afora. Até em outros países. E lá, estampam passistas, maracatus, La ursas... E são exatamente os pilares dos nossos festejos, que eles colocam nas propagandas, que são prejudicados pela segregação e futilização que querem impor ao nosso carnaval.

Já não basta a mídia? Que nos empurra o que de pior existe na música o ano todo? E agora, em um dos poucos momentos em que podemos existir como verdadeiros, somos obrigados a ter de aceitar uma invasão plastificada e danosa no nosso carnaval?

É um total desrespeito a nossa história. Falta de vergonha.

Querem fazer um camarote com o que se faz o ano todo? Faz longe dos polos. Porque quem vai pra lá, nem de carnaval gosta. Então porque o desaforo?
Fica aqui nosso repúdio, nossa indignação e nossa posição totalmente e radicalmente CONTRA essa aberração que querem impor a um patrimônio do povo.

Nosso patrimônio, que tem essência e cheiro de história, está, aos poucos, sendo invadido pelo odor da podridão dos fúteis, segregadores e estupradores da cultura.


André Agostinho / DIRETOdosMANGUEZAIS

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