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A Revolução Pernambucana

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

CHICO: O DESOBEDIENTE!














Era o som de um Maracatu “funkeado”.

E lá estava Francisco, montando sua revolução. Apesar de ser apenas um “fragmento” dessa estrada, o som ecoou e chamou atenção. Para isso, era preciso estar inquieto.

A parabólica findada na lama deixava o alerta ligado: Lá vem novidade!

Um grupo de amigos resolveu praticar a teoria. E não tinha lugar melhor do que a lama apara fincar a parabólica e conectar Recife com o mundo.

E já foram deixando bem claro, que amar uma cidade não é jogar as carências para debaixo do tapete. O amor consiste em apontar os erros e mostrar possíveis soluções. A “culpa” foi de Josué. Sua obra, visão e conceitos caíram no colo e na alma dos mangueboys. Através da arte, reinventada ou não, eles jogaram desabafos no ventilador. Afinal de contas, enganam-se os que acham que Cultura se limita ao entretenimento. Cultura é ferramenta de conscientização.

O Movimento levantou discussões pertinentes em relação ao mangue (olha a culpa de Josué aí de novo). Uma discussão, não apenas na importância do equilíbrio ecológico. Mas também nas conseqüências percebidas nas questões sociais, sobretudo nos descamisados com suas palafitas tendo os manguezais como quintal e os caranguejos muitas vezes como sobrevivência.

O alerta incomoda. Porque quando achamos a pontinha da linha no carretel, tudo começa a se desenroscar. O sistema não gosta de gente desobediente. Mas é o jeito. A desobediência nos faz refletir. E questionar.

Aquela inquietação fez ressurgir pessoas que estavam esquecidas. Lia, Selma, Salu...
Fez o olhar direcionar-se para outras vertentes. Culinária, literatura, moda...

E que assim seja! O horizonte é amplo. É preciso desobediência! É preciso desobediência para enxergar, de fato, o horizonte. Não era mesmo pra Chico ficar entre a gente. Ele só precisava deixar a semente. E voltar pro seu plano. Não falo de herói, ou santo, ou homem perfeito. Falo de um homem coletivo, junto com pessoas coletivas, fazendo caranguejo pensar. Um meteoro chamado Chico Science. Desobediente. Cidadão que se organizou pra desorganizar... Ou desorganizou pra se organizar...

É preciso muito mais do que a morte para calar pessoas como Francisco. Sua desobediência o fez nascer. E sua ousadia o eternizou.

Até um dia, Chico. A história não acaba aqui.

(André Agostinho)


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